A Arte de Se Comunicar: Uma Habilidade Essencial para a Vida

Os oito hábitos de comunicação tóxicos, com sugestões práticas para superá-los ou gerenciá-los eficazmente.

Hábitos de comunicação

A Importância de Aprender a Se Comunicar

Desde cedo, aprendemos várias habilidades: a ler, escrever, desenhar, praticar esportes ou até tocar instrumentos. Porém, uma das competências mais fundamentais para a vida raramente é ensinada formalmente: a comunicação. Em geral, aprendemos a nos comunicar observando e imitando pais, professores e colegas, sem refletir muito sobre como melhorar essa habilidade essencial.

A comunicação é a base das nossas interações, seja para construir relacionamentos, resolver problemas ou alcançar objetivos. No entanto, muitos de nós enfrentamos dificuldades que passam despercebidas, atrapalhando a clareza e a eficácia de nossas mensagens.

No artigo da Time, a especialista em comunicação Raele Altano destaca os oito principais desafios que enfrentamos ao nos comunicar e oferece estratégias práticas para superá-los. Essas dicas podem transformar a maneira como expressamos ideias, ouvimos os outros e construímos conexões mais significativas.

Para se comunicar melhor é mais do que um aprimoramento técnico; é uma oportunidade de crescer como indivíduo e impactar positivamente quem está ao nosso redor. Afinal, comunicar-se bem é uma habilidade que nos acompanha por toda a vida.

Hábitos Tóxicos na Comunicação: Identifique e Supere

1 – Fazer tudo ser sobre si mesmo: Este hábito ocorre quando alguém transforma constantemente as conversas sobre si mesmo, muitas vezes relatando as próprias experiências em vez de ouvir os outros. Para combater isso, é importante praticar a escuta ativa, parafraseando e fazendo perguntas. Quando confrontado com esse comportamento em outros, o artigo sugere abordagens não confrontacionais e redirecionamento. Tente usar frases como

“Como eu estava a dizer…”

2 – Isolar-se: Este comportamento, também conhecido como “stonewalling”, envolve retrair-se ou recusar-se a interagir quando se está emocionalmente sobrecarregado. O artigo recomenda o uso de técnicas de regulação emocional como o diário e comunicar a necessidade de um momento para se recompor, em vez de simplesmente se afastar. Para quem está lidando com uma pessoa que se isola, o artigo recomenda perguntar se um tempo afastado da conversa pode ser útil. Use frases como

"Estou chateado(a), preciso de um momento"

3 – Interrupções frequentes: Interromper os outros é um hábito que pode surgir da sensação de não ser ouvido ou devido ao ego. Para superar este hábito, o artigo sugere aceitar que nem todas as ideias serão ouvidas imediatamente, mas que haverá outras oportunidades para compartilhá-las. Também é útil pedir desculpas por interromper e permitir que a outra pessoa termine o que estava dizendo. Algo como

"Desculpe, [nome da pessoa], eu te interrompi. Por favor, termine o que você estava dizendo"

Se você é quem está sendo interrompido, o artigo recomenda pedir educadamente para terminar sua ideia antes de passar para a próxima pessoa.

4 – Falar sem parar : Algumas pessoas transformam conversas em monólogos, acreditando que falar muito é sinônimo de comunicação eficaz. O artigo sugere que, se você é quem tem esse hábito, deve pedir feedback aos seus amigos e deixá-los saber que pode interrompê-lo. Se você é o ouvinte, é aceitável interromper a pessoa e redirecionar a conversa ou perguntar sobre o que ela precisa de você.

5 – “Ouvir” distraído: A falta de escuta ativa é um problema comum, com pessoas se distraindo com telefones, e-mails ou outras coisas enquanto os outros estão falando. Para melhorar a escuta ativa, o artigo recomenda eliminar distrações, dar atenção total, manter contato visual e mostrar engajamento por meio da linguagem corporal1. O artigo sugere abordar colegas que parecem desatentos de forma privada. Você pode usar o humor para chamar a atenção da pessoa de forma leve, com uma pergunta como

"O que está pegando fogo no seu celular? Quer compartilhar?"

6 – Superar o outro: Este hábito ocorre quando a pessoa tenta sempre ser melhor que as outras, transformando conversas em competições. O artigo aconselha a responder com

 "Bom para você. Estou feliz por você." 

para evitar entrar na competição. O artigo sugere verificar o ego para tentar entender o porquê de se querer sobrepor à outra pessoa.

7 – Apropriação de opiniões: Este hábito, também conhecido como “hepeating” (“eco masculino”), ocorre quando alguém, muitas vezes um homem, repete a opinião de outra pessoa, muitas vezes uma mulher, como se fosse sua. O artigo sugere que outros interrompam esse comportamento, atribuindo o crédito à pessoa que deu a ideia original. Em particular, sugere-se que as pessoas podem chamar a atenção para esse comportamento de forma respeitosa e que as pessoas devem refletir sobre como esse hábito pode ter se formado.

"[Nome da pessoa que repetiu a ideia], obrigado por resumir o que [nome da pessoa que teve a ideia] disse"

8 – Oferecer conselhos não solicitados: Dar conselhos sem que a pessoa peça pode ser problemático, pois as pessoas às vezes só querem desabafar. O artigo recomenda perguntar se a outra pessoa está aberta a sugestões antes de oferecer conselhos. Se você está apenas procurando desabafar, pode pedir que as outras pessoas apenas ouçam.

"Você está aberto a ouvir algumas sugestões, ou prefere não agora?"

Assim como em 1984, de George Orwell, onde “a linguagem política foi projetada para fazer mentiras soarem verdadeiras e o assassinato respeitável”, a comunicação mal feita ou negligenciada pode causar sérios mal-entendidos e prejudicar nossas relações. No mundo real, embora menos distópico, as palavras ainda carregam peso, e a forma como nos expressamos pode aproximar ou afastar as pessoas.

Ao investir tempo em aprender a se comunicar melhor, você pode melhorar seus relacionamentos e ter mais sucesso em diversas áreas da vida. É fundamental reconhecer nossos próprios hábitos tóxicos e estar aberto a mudar para construir conversas mais saudáveis.

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